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Sol em Sagitário


Amanhã (22/12) o Sol entra em Sagitário ás 06h01, horário de Brasília. Peço licença para desta vez começar meu texto a partir de um evento pessoal, pois neste momento ele me traz algumas reflexões sobre esta passagem de Escorpião á Sagitário. Escrevo estas linhas algumas horas depois de saber da morte de meu sogro. Eu poderia usar termos mais leves como “passagem”, “despedida”, “desencarne”, mas preferi utilizar a palavra morte, pois foi essa reflexão que fizemos o mês passado quando adentrou escorpião, falamos sobre o nascimento da morte no momento em que nos reconhecemos humanos. É a partir desta reflexão que quero trazer nosso próximo signo, Sagitário, que é o signo do otimismo, da expansão, das grandes viagens, do contato com culturas diversas, dos estudos profundos, religiões e filosofias. De onde vem estas características? Do conhecimento que foi apropriado nos signos anteriores, onde a alma passou por vários processos até confrontar a ameaça do tempo em escorpião, e é neste ponto em que o signo do centauro decide criar a filosofia e as religiões para buscar a verdade que está entremeada entre Ser ou não Ser, entre finitude e infinitude. O centauro, metade homem e metade cavalo, possui um arco e flecha e nunca erra seu alvo, pois sabe que só existe um objetivo, a inevitabilidade da morte, e portanto, a inevitabilidade da Vida, que sempre segue intacta após cada fim. Sua metade homem representa a razão que busca alcançar a fonte inesgotável da vida, de onde viemos e onde nunca deixaremos de estar, sua metade cavalo busca a satisfação dos sentidos querendo aproveitar cada momento que pode vir a ser o último. Exatamente aí encontramos o exagero e, muitas vezes, a inconsequência sagitariana, na fome por aproveitar cada gota de sua existência finita, desafiando a morte por mais um passo dado, um dia vivido, uma realidade construída. E é, também, exatamente aí que encontramos o otimismo sagitariano, que reconhece que apesar de si e em si (alma), a vida é infinita, por isso ele confia!

Sagitário é o mestre de sua própria humanidade, e sabem como ele consegue a maestria? Saindo de si mesmo, através da alteridade, indo buscar no outro, no diferente, aquilo que o faz se perguntar se ele, realmente, é o que pensa ser, por isso sua necessidade de transitar por culturas, pensamentos e planos diferentes dos seus. A cada novo lugar, a cada novo olhar e a cada nova face de si mesmo ele alcança a sabedoria, só precisa tomar cuidado com a arrogância de sentir-se especial por ter tido a coragem de embarcar numa viagem sem volta em direção ao conhecimento, sempre que isto acontecer sua metade homem o levará a lembrar-se de que ainda assim um dia ele terá um fim. Porém o caminho construído por ele jamais se extinguirá.

Dedico este texto a Flavio Diniz Martins, e sei que chegará até ele através daquilo que nele é imortal, o amor que plantou. Minha metade homem se alegra por saber que a alma segue, minha metade cavalo chora por não ouvi-lo mais trotando a meu lado. E a Vida segue sorrindo para a morte, pois ambas sabem muito mais sobre nós do que julga nossa vã filosofia. Que esse mês, nos lembremos do centauro, e tenhamos a coragem de viver plenamente, sabendo que a Vida neste momento nos dá a chance de nela nos movermos e reconhecermos nosso ser.

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